Um bem precioso!

(Amigo) - Tá vendo esse copo, trouxe ele do Tibet!
(Amiga) - Tibet???
(Amigo) - É busquei do Tibet!
(Amiga) - Você virou Zen?
(Amigo) - Não, mas ouvi dizer que isso faz um bem...

(Amigo) - Até que tentei, meditei e rezei....
(Amigo) - Mas só trouxe esse copo de lá mesmo.
(Amiga) - Pra que esse copo, pra enfeitar?
(Amigo) - Não é um enfeite qualquer é um enfeite simbolicamente Zen.
(Amigo) - Eles tomam chá em copos de terra como esse aí.

(Amiga) - Mas não tinha um copo melhorzinho não?
(Amiga) - Esse não deve valer nem um vintém!
(Amigo) - Não fala isso, esse copo é tradição.
(Amiga) - Copo de barro?
(Amigo) - Sim, é feito à mão! E passa de geração por geração!

(Amiga) - Pensei que eles não se importassem com essas coisas materiais.
(Amigo) - Não é propriamente um objeto material é só um copo e de barro.
(Amigo) - Tem valor simbólico apenas.
(Amiga) - Mas é um copo Zen, não é qualquer copo!
(Amigo) - Isso é verdade, agora você está entendendo a essência.
(Amiga) - Deve valer uns cem a duzentos vinténs.

(Amigo) - Nada disso, esse copo foi utilizado por um monge.
(Amigo) - Que tinha acabado de ser iniciado ele doou todos seus bens.
(Amigo) - E bebeu a água do batismo nesse copo!
(Amigo) - E a viagem já estava cheia de atrações quando ele olhou pra mim.
e disse:

(Amigo) - Meu rapaz tome aqui, esse copo é seu.
(Amiga) - Nossa, esse copo é mais valioso do que eu pensava.
(Amiga) - Deve valer de mil à dois mil vinténs.
(Amigo) - Mas não é só isso, dizem que quem bebe água desse copo.

(Amigo) - Sempre utiliza a inteligência ao invés da espada.
(Amigo) - Economiza na água pra lavar a calçada.
(Amigo) - E se preocupa com o futuro do planeta.
(Amigo) - Dá valor nas coisas simples da vida.

(Amigo) - Sente o gosto não só do barro mas da raiz
(Amigo) - Sente no minuto uma transformação que faz feliz.
(Amiga) - E qual é o preço me diz?
(Amigo) - Pode ficar com esse aí.
(Amigo) - Foi eu mesmo que fiz.

E lá se foi ela toda feliz!