quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vingança.

Era tão culto e nem sabia ler.
Era tão justo que não se podia culpar.
A sua casa fez com as próprias mãos.
Era tão bruto que não sabia conversar.

Apesar do rosto havia paz.
E o gosto daquele rapaz.
Era ver o resultado da luta.
No sorriso da filha no cálice de vinho.

Na construção do caminho.
Interceptado por um bandido qualquer.
Matou sua mulher.
Assalto bobo, levou a jóia mais rara.

O diamante de paz.
De um homem capaz.
Que agora só pensa em vingança.
E a esperança morreu antes dele.

Mãos que carregavam a enchada.
Agora empunham armas.
E declaram guerra, contra a falta de segurança as drogas e a intolerância.
E não se sabe por onde começar.

Cadê os velhos hábitos.
O mundo é feito do imperfeito.
E o cansaço e o fracasso.
Agora eram vizinhos.

Pobre menino, homem capaz.
Guerreiro sozinho.
Injusto e justo demais.
Cadê a sua paz?

Caminhos que a vingança não trás.
Frente a frente com o bandido.
Estava pronto pra atirar.
Em um momento de raiva a arma disparou.

Estava sem balas.
Sua filha as retirou.
O bandido já se auto condenou.
O ciclo do vício já o impede de ter um início.

O homem bruto, de tão culto refletiu.
Voltou pra casa com sua filha.
E empunhou novamente sua enchada.
Em busca da paz.

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