sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Pessoas são só pessoas por trás dos seus diplomas.

Não importa em qual lado da mesa você está.
Nem o degrau que vc conseguiu alcançar.
Em pé ou na cadeira da diretoria.
Uma vida de preocupações ou alegria.
A verdade é uma só.
Por tras dos seu diplomas pessoas são só pessoas.
Com medos e interesses individuais.
Com sentimentos e desejos tão iguais.
Por tras dos seu diplomas pessoas são só pessoas.
Com mais ou menos complexos sociais.
Com consciência mais limpa ou mais pesada.
Não importa qual o degrau da escada você está.
A vida leva todos para as mesmas rugas.
Como um relógio de areia a contar o tempo.
 A vida é tão frágil e somente o que importa pra Deus.
Se constroi com concreto, argamassa e cimento.
Porque tudo o que se edifica com areia um dia cai.
Por tras dos seu diplomas pessoas são só pessoas.
Tão iguais mascaradas por posições sociais.
Sentem fome, sentem medo, possuem os mesmos anseios.
Algumas se perdem no caminho.
Outras acham que pegaram a estrada certa, mais esquecem de medir a kilometragem do tempo.
E outras sabem que encontraram o caminho quando caminham na estrada de outros.
Como uma ambulância pronta a acudir a efemeridade da vida.
Nunca vimos entregarem diplomas para o melhor bolo de chocolate do mundo.
Ou pelas coisas simples e gostosas da vida.
A página policial é mais popular na capa do jornal.
Mostram o que o homem faz de errado.
Para darmos graças a Deus que nosso caminho é honesto e diferente do caminho de um marginal.
Combatem o nosso mal com um mal pior.
Valorizam nosso diploma, aumentam nossa estima.
Mais em cada esquina.
Por tras dos seu diplomas pessoas são só pessoas.
Com mais ou menos complexos sociais.
Com desejos e anseios iguais.
 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sol e a Noite

Beaba voa a pipa no céu.
E o vento é o troféu do tempo que traz o ar que vc respira.
Foram só dias de trabalho.
Desperdiçados no calendário.
Se o mundo tá no fim. Para de sorrir pra mim luz do Sol.
Se eu quisesse te ver, eu não deixaria vc do lado de fora.
Se quer ficar comigo não vá embora na hora de dormir.
Mas quando no meio da noite eu abro os olhos só tá a lua aqui.
Um pedaço de queijo que brilha no céu.
Se fosse um astronauta eu ficava mais perto de Deus.
Mais sou só um aristrocata.
Um trabalhador do Sol, Sol a Sol.
Tudo o que já vi na luz, a noite escondeu.
E tudo o que eu já vi na noite.
A luz ofuscou meus olhos.
No tempo que é o único capaz de voar.
E me levar de volta para o meu lugar.
Não vou deixar o sol ir embora sem ter certeza que terá motivos pra voltar.
Não vou deixar de sorrir na noite mesmo quando estiver de lua.
Não vou me esconder de tudo o que tiver que enfrentar.
Dias de Sol.
Noites de Lua tem sua beleza escondida na força da fé.
Eu não vou deixar de me movimentar nem que seja a pé.
Ou no fluxo da minha imaginação.
Porque ninguém pode parar meu coração enquanto eu estiver aqui.
Mesmo na noite na hora de dormir.
Ele continua movimentando no mesmo lugar.
E eu não vou permitir que o Sol vai embora sem prometer que vai voltar.
Não vou desistir sem lutar.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

DEZ_NECESSÁRIOS TEXTOS DO COTIDIANO!

Quantos leitores tem o livro DEZ_NECESSÁRIOS TEXTOS DO COTIDIANO! ?
Cem duzentos, um milhão?
Ou será que só tem um leitor. Se só tem um leitor esse leitor sou seu?
Prestes a descobrir.
Um novo ensinamento para completar os mandamentos de Dalai Lama.Ou mistérios que só se desvendam quando se coloca o travesseiro na cama.
Uma obra rara e exclusiva somente pra mim, como se fosse um quadro da Monalisa no meu cofre cerebral.
Ou será que tem milhares de leitores seguindo um cotidiano por igual na China, no Brasil ou no Nepal?
Se for somente eu será que sou um escolhido?
E preciso passar pra nações suas mensagens cotidianas!Já sei vou contar estas crônicas ao meu avô ele ama contar histórias e vai expandir o conhecimento pelos quatro cantos do mundo.
E se for pouco?
Talvez eu possa impedir com este conhecimento uma revolução universal.
Preciso colocar uma edição no primeiro disco voador. Ou no mundo virtual.
Mais porque eu um cara as vezes antiquadro as vezes moderno.
Que sai todos os dias de casa com fé.
Levo meu filho na escola, observo as pessoas no sinal.
Encontro no caminho super herois, vilões, homens bons e maus.
Porque eu sei que desde dos anos sessenta, ao tempo atual tem alguém assistindo lá do céu estas cronicas da vida real.




sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Como vai ser meu sábado.

Hoje eu vou acordar.
Vou ter um dia de SóPáZuá.
Uma noite de Carnaval.
Uma véspera de Natal.
Meu telefone vai tocar.
Minha tv vai me levar pros anos oitenta.
Meu filme vai passar no cinema!
Vou defender o penalti da copa do Brasil.
Porque hoje é sábado.
Meu telefone vai tocar.
Vou pro melhor bar.
E eu só quero que meu sonho se realize.
Take Easy.
Não tem contradição.
É um dia de felicidade e ilusão.
Eu so quero respirar o ar la fora.
Eu encontrei meu rumo e esqueci o caminho de casa.
E porque hoje eu quero morar no mundo.
Qualquer endereco é meu.
Qualquer canto me faz feliz.
Porque hoje e sábado.
E eu vou pro melhor bar.
O amor vai chegar.
Como luz de sol a iluminar o meu sábado.
Ter o meu dia de SóPáZuá.
Uma noite de Carnaval.
Um passeio natural.
Uma praia com água azul.
Uma noite de carnaval.
Uma véspera de Natal.

Levanta a sua bandeira Zé Bandeira!

Levanta sua bandeira Zé Bandeira!
Pare de se esconder da ditadura.
Mostre a cor brasileira.
Levanta a sua bandeira Zé Bandeira!
A sua causa é justa.
Em qualquer lugar seu sonho é sonho.
Sua nação não tá mais de saia justa.
Tá punindo a corrupção.
Tá ouvindo a população.
Levante a sua bandeira Zé Bandeira.
Você não tá mais na solidão.
Seu berço é seu de volta.
Seu grito de independência tá batendo a sua porta.
Pinta no teu peito o simbolo dos negros dos quilombos.
Dos índios de pele vermelha.
Vem coroar a fé brasileira.
Você é do bem.
E agora pode entrar no edificio que você construiu.
Bem vindo à pátria Brasil
Levanta sua bandeira Zé Bandeira.
Escute o hino da nação brasileira.
Voz do mundo.
Símbolo do futuro.
Sobrevivente ao desastre natural.
Miscigenação do povos.
Confusão de crenças.
Milhares de lendas.
História do novo mundo.
Levanta a sua bandeira Zé Bandeira!

 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Um Sonho e uma Flor

Quanto de amor pode custar um sonho?
Quanto de sonho pode custar um amor?
Amor que se concretiza junto do sonho não tem preço.
É como um trevo de quatro folhas que tira a sorte na pétala da flor.
Quanto de tempo leva pra te chamarem de senhor?
Quanto de sonho leva seu tempo?
Quanto de tempo dura o amor?
É como a flor, fora da terra perde a vida.
Dentro do coração o amor é regado de planos e cor.
Á água do amor é o sonho.
Mais água demais mata a flor.
Água de menos só sobrevive o cactos.
Uma flor de espinho no meio do deserto.
Só o tempo pode dizer que você tá certo.
Quanto tempo se divide entre sonho e amor?
O suficiente para te chamarem de senhor?.
Senhor do tempo, do sonho e do amor.
A vida não é feita só de flor.
É por isso que ela tem graça e cor.
Se por dentro o cactos é regado de sonho.
Por fora é cheio de espinhos.
Este é o sucesso.
De um caminho de sonho sem amor.
Se por fora existe beleza na flor.
Ela é narcisista e sem a água que é o sonho.
Suas pétalas ficam secas e sem cor.
Este é um caminho só de amor.
Então quanto de água é necessário pra regar a flor?
Este é o segredo pra se viver de sonho e amor.
Um trevo de quatro folhas
Um sonho e uma flor.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Modernidade


Ser moderno é ser retrô.
É retratar no iphone o rosto do vovô.
É jogar river raid com oculos 3D.
Tomar refrigerante em garrafa pet reciclável.
Ou voltar ao velho casco retornável.
É usar a camisa do Elvis com  um corte mais justo.
É ter o tenis com amortecimento superior ao do rainha system.
É trocar a moto pela bike elétrica.
É ver a crise se mudar com mala e tudo para a Europa.
É comprar ingresso pra ver a Copa no Brasil.
É relembrar a seleção de cinquenta na tv de quarenta polegadas.
É ficar surdo no cinema que começou mudo.
É ter tudo e nao ter tempo.
É ter nada pra fazer no apartamento.
É perder mais tempo com máquinas do que na Revoluçao Industrial.
É conviver com a mudança comportamental.
É envelhecer mais rapido que Fast Food.
É adoecer comendo transgênicos.
É se curar com células tronco.
É estudar a vida inteira a origem a saúde do homem da roça e não encontrar uma explicação.
É se preocupar demais em preencher sua estante e perder seu instante.
Registrando tudo isso no telefone celular.

domingo, 21 de outubro de 2012

Rotação

Se for pra mentir que seja pra me distrair.
Dormir de pijama como se fosse um bebe.
Sonhar comigo na TV.
Agora já não sei pra onde vou.
Escolhi levar o que é meu pra outro abrigo.
Entre mortos e feridos sobrou meu violão.
Vou cantando no caminho pra ganhar meu pão.
E na bagagem continuam lindos os fins de tarde.
E só de passagem uma paisagem de beleza rara.
Um esporte de cavalo e cela.
Uma moça tão bela que me lembrou você.
Me deixou de castigo na cocheira me colocou coleira.
Até o amanhecer.
Porque livre eu nasci pra ser.
Não caminho para ficar no caminho.
E as vezes é melhor caminhar sozinho.
Onde a lua faz a companhia.
As estrelas são sua família.
E as moças vão surgindo como uma sina cada menina possui sua beleza linda.
E no parque de diversão.
Os brinquedos rodam em círculos.
Como o planeta gira em translação.
E se até a terra se move.
Eu é que não quero ficar parado em torno do Sol.
Vou de carona, roupa cafona, conhecendo o que há de bom.
Sou Brasileiro andante sou caminhante sou da paz.
Sou um fluxo que vai andando sem olhar pra traz.
E você quase me convenceu a ficar parado girando em rotação.
Mais não foi desta vez.
Eu quero saber bem mais do mundo do que hoje eu sei.
Eu quero fotografar cada canto que passei.
E quando chegar eu quero descansar dormir de pijama.
Tirar minhas botas cheias de poeira e lama.
Te contar uma história fazer uma fogueira e acender a chama.
Tocar meu violão no melhor lugar do mundo.
Onde eu te encontro girando o mundo em cena de cinema mudo.





 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Crick Crick

Segure a vontade de corrigir o que você nem sabe se tá correto.
Deixe de ser tão crick crick com se fosse um robô.
Utilize seu ticket de estacionamento na rua do Centro com nome de Doutor.
Fisgue seu peixe na calmaria.
Deixe essa mania de achar que tá sempre certo.

Porque se o mundo é dos espertos.
É por isso que a vida é passageira.
A melhor coisa da vida é comer besteira.
É ficar de bobeira.
É lembrar como faz pra ser feliz.

Lutar por uma causa nem sempre requer corrigir.
Mais nunca desista nem pense em fugir.
Porque se você para tudo na vida se depara com um fim.
E se sua carta tiver fora do baralho.
Procure a sorte nos dias do seu calendário.
Porque pra quem é forte todos os dias são dias de sorte.

Por isso não se preocupe em corrigir.
Mais não pare de insistir.
A porta se abre pra quem sabe persistir.
Como um dia de sol na praia.
Como um lençol que serve de coberta no calor.

A vida é leve pra quem saber escolher sua dor.
A dor é forte pra quer quer viver só de flor.
Você tem sete vidas.
Nove Feridas.
Oito tentáculos pra pular os obstáculos com amor.

É de coração e não correção que você precisa pra ser forte.
E pra ser bom não precisa de sorte.
Pra remar a canoa, mais vale o jeito, do que o tamanho da sua coroa.
Pra um rumo perfeito, o respeito é que colore o caminho com a cor.


 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Açai na Tigela

Maduro ou não.
Compacto ou Hatch.
Saudável ou Health.
O que importa mesmo é se tá tudo bem.
Se o porta mala é espaçoso.
Se a cabeça tá cheia do ciclo vicioso.
A primavera vem trazendo o bem.
Anunciando dias de Verão com flores da estação.
Onde se pega o Trem.
Da imaginação livre, saudável e fértil.
Como a terra que acolhe a semente da esperança.
Uma herança de Deus.
Nasce nos braços de um filho, que não foge a luta.
Mais que quer ter seus dias de paz.
Seu contato com a natureza, a beleza mais rara.
E se estuda uma forma de contar uma nova história.
Através de revistas virtuais.
Hoje eu vejo tudo sem sair do lugar.
Eu prevejo o futuro sem me desligar do retrô.
E se ninguém me escutou não faz a menor diferença.
A ausência já ficou pra traz.
Eu quero é me aproximar de pessoas que encontraram a paz.
Nos mecanismos naturais.
Eu me orgulho de procurar um objetivo e alcançar no presente o que antes era futuro.
E a luz ilumina tudo o que era escuro.
E eu agora enxergo o outro lado do muro.
Não estou velho.
Só um pouco mais maduro.
Não sou mais prepotente e inseguro.
Nem me sinto tão potente com meu motor 2.0.
Só espero que meu carro seja Compacto ou Hatch
Que o porta malas esteja vazio de tanta confusão.
Que minha vida seja Health.
Tomando meu suco de kiwi.
Com sandalias de praia, agua de coco e colar do hawaii.
Já foi meu tempo de tomar suco de berinjela.
Eu quero mais um pouco de açai na tigela.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Oculos Virtuais 3D.

Ser adulto, jovem adolescente oculto.
Criança perdida sozinha na sala de um cinema.
Onde o tema é mais profundo.
Uma visão geral do mundo atual nos anos sessenta.
No novo século tudo se reinventa.
E o final feliz nem sempre é a dois, feijão com arroz.

É tão bom morar sozinho e te encontrar só depois.
O nosso filho mora comigo e com você.
Tem duas casas pra receber, seus amigos, adolescentes perdidos.
De divorcios falidos.
Cidades e Conflitos.
Todos iguais.

Mais meu cachorro é fiel demais.
Ele me deixa tão em paz.
E eu cuido dele, foi meu melhor presente no dia dos pais.
Na minha tv 60 polegadas 3D um vídeo me leva até você.

Sinto até o cheiro daquele bolo de chocolate com fubá da vovó.
E me lembro que tenho algo parecido da Nestle.
Porque no meu mundo tudo já vem pronto com o simbolo da propaganda de TV.
E o que eu tenho com você são fotos que não ocupam um décimo do meu HD.
Porque sou tão moderno, tão esperto, tão correto.
Tão relacionavel em companhias virtuais.

Todos meus amigos são tão legais.
E pra acabar com esta paz.
O barulho do meu home que se comunica por bluetooth com a minha tv.
Sincronizado comigo e com você.
Tá 11 a 0 pra mim no placar no meu jogo de celular.
Eu já visualizei.

E já fiquei feio demais.
Quando pensei igual aos meus ancestrais.
Foi que percebi ser mais feliz sendo moderno como os animais.
E se alguem se deu bem demais.
É meu cachorro que não dorme mais do lado de fora.

Divide comigo a coca cola.
Abre todos os dias a felicidade.
Matando a necessidade de cuidar de alguém.
De querer bem quem te quer bem.

Num latido, num sorriso, num vídeo, numa imagem.
Numa cabana, numa vila, numa tela, a vida passa
tão rápido e bela quando a realidade chega perto demais.
E eu uso meus óculos virtuais 3D.

domingo, 20 de maio de 2012

A Rainha da Paz

Passou mais um dia.
Em que a terra girou e não me apresentaram a sua nova versão visual.
Preferia o antigo modelo de mundo intelectual.
Internamente incomodado por seus tremores e vulcões.
Temos sorte demais de deixar o passado pra trás.
Porque no presente sempre existe uma oportunidade de paz.
E a fé se apresenta da maneira mais certa.
Controla a erupção e deixa a porta aberta.
Para uma nova oportunidade.
De retomar uma vida concreta.
Porque nem sempre a palavra correta te garante um lugar na fila da frente.
Deixe ela caminhar a sua frente.
Ela vai andando entre todos pisoteando a cabeça da serpente.
Com fé.
Ela é seu escudo na luta.
Não te deixa olhar pra o passado porque não mais importa.
Intercedendo por nós Maria a rainha da paz.
A mulher que conduz ao menino Jesus.
No fim da caverna escura ela é a luz em mais uma batalha de guerra interna.
Que te levanta quando cai te tornando tão forte quanto a um urso.
Te coloca de volta no caminho da luta.
Que você segue até encontrar seu pote de mel.
Seu pedaço de céu.
Na vida que se ajusta.
Na beleza mais justa.
Na sua ação e conduta.
Mesmo não falando o mesmo idioma na Torre de Babel.
Você é uma celebridade pra quem te olha lá do céu.
No roteiro da vida.
Buscando ser o exemplo mais profundo dentro de casa.
Num mundo de guerra lutando pela paz.
Vencendo os obstáculos e os monstros que habitam os castelos de papel.
Onde os reis de mentira não conseguem compreender que quem governa a luz.
É Maria ao lado de Jesus.
A Rainha da Paz.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Lobisomem - Série Bruto Rústico e Sistemático.

Eu podia sentir no ar.
Lobisomen em noite chuvosa de lua cheia tem cheiro de cachorro molhado.
O barulho no telhado.
O uivo do perturbado.
Eu estava disposto a vingar o sumiço do seu tio avô Juca.
Todos os dias que via a moto do Juca no celeiro.
Eu esperava ansioso pra enfrentar aquele pesadelo.
Eu armei meu rifle com uma só bala de prata.
Galo nenhum ia sumir mais do galinheiro.
Eu estava no celeiro esperando ele abrir a porta.
Rifle apontado na direção da fechadura.
Pilão com luz acesa.
Para assustar o bicho da escuridão.
Ninguém passa seu avô para trás.
Aqui o fumo de palha é de folha de macacheira.
Aqui a bota é de couro de jacaré.
Aqui Crocodilo Dundee é um piá de prédio.
Comigo não ia ter vez.
Para aquele bicho esquisito.
Lobisomen não é homem para enfrentar o filho da bisavó Anastácia.
O irmão do seu tio avô Juca.
Meu rifle faz mais estrago que uma bazuca.
E meu santo é do mato.
É do encaixe é do pasto.
É São Jorge no Cavalo.
É uma coruja em noite de tocaia.
Vem pro celeiro seu maldito demônio de pelo.
Eu estava com meu chapéu e minha velha calça jeans.
Então o ranger de madeira cedendo.
A ansiedade correndo a pele, a porta do celeiro abrindo.
Eu esperei ele se aproximar pronto para atirar.
A testa do animal do mal na minha mira.
Mas eu queria era olhar o bicho no olho.
E foi então que vi um olhar familiar.
Os olhos verdes da sua bisavó Anastácia.
Herdados no DNA do tio avô Juca.
Eu fiquei hipnotizado.
Rifle apontado para fechadura.
Enquanto o lobisomem.
Fugia com a moto do celeiro.

domingo, 1 de abril de 2012

Bola de Cristal

Uma bola de futebol bate na janela do meu quarto.
Pulo da cama no susto.
E lá fora tá ele.
Um garoto com um olhar fixo.
Está ali a pedir a bola.
Talvez um futuro jogador de futebol.
Talvez um futuro homem mau... Detonador de janelas alheias.
Não, não com aquele olhar.
Eu conheço um olhar bom quando vejo um.
Talvez fosse a reencarnação de Buda.
Nem tanto.
Talvez só um garoto sem futuro.
Ou um futuro pacifista.
Um díscipulo de Mahatma Gandi.
Um grande líder.
Um líder do bem.
Um governante.
Um presidente.
Um idealista.
Talvez um médico, um analista, um dentista.
Talvez me ajude a carregar a sacola do mercado quando velho.
Talvez lidere um exército.
Talvez ordene que baixem as armas.
Talvez conquiste almas.
Ou seja apenas um brilhante jogador de futebol.
Talvez só queira de volta o objeto do jogo.
Talvez seja destaque na escola.
Ou um predestinado.

Olho bem fixo nos olhos dele, pra entender em qual estrada ele vai seguir.

- Pai devolve logo essa bola!

sábado, 3 de março de 2012

Mortais

Inspirado na músicas 3x4 - Engenheiros do Hawaii

Feitos do melhor material.
Concretos cimentados com sonhos reais.
Atos naturais.
Perfeitos por não sermos iguais.
Inperfeitos mais todos normais.
Fazemos o nosso melhor.
Somos aquilo que não se pode perder.
Seguros, imaturos e maduros de mais.
Conhecidos de outros carnavais.
Pra nos merecer tem que ser capaz.
De mostrar um coração puro.
Um carater afiado e amolado na espada de um guerreiro.
Somos herdeiros do bem natural.
Do mundo real.
De coração sobrenatural.
Porque nascemos para fazer o melhor.
Acreditamos por não deixar de buscar.
Vivemos colados na luta.
Legendários de fé e esperança.
Colecionadores de almas.
Protegidos pelo escudo esculpido por Deus.
Somos o que não se pode impedir.
O que pediu pra nascer.
O que sente prazer em existir.
Somos o caminho natural.
O que torna um passo imortal.
Somos o melhor material mortal.
Somos o que se pode aprender.
O que não tem medo de errar.
O que se torna capaz de vencer.
Antes mesmo da luta começar.
Somos as palavras mais sábias.
Somos os erros mais simples.
Os videntes do passado.
Os que não tem medo do futuro.
Somos perfeitos a luz dos olhos teus.
Somos claros e escuros seguros e indecisos.
Somos passado e futuro.
Somos alma e coração.
Somos a solidão a dois, somos escuro.
Somos a companhia mais clara, a luz que brilha no fim do túnel.
A idéia mais rara.
A prevenção do futuro.
Somos previnidos e precavidos demais.
Somos livres no mundo.
Somos dos grandes centros, do mar.
Do interior das capitais.
Somos todos iguais e nada normais.
Somos normais por não sermos iguais.
Somos apenas mortais.
Capazes de criar reações imortais.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A Máscara de Carnaval (Linha Retrô)

Correu até o rádio.
Aumentou o som da música do Tom Zé.
Perguntou então do Seu José?
O da Padaria que dividia com o açougue o prédio amarelo.
Grifado 1910 no cimento.
Não queria saber do aumento da inflação.
Só do seu pacote de pão.
De um quilo da alcatra ou de filé mignon.
Pro café da manhã.
E para o almoço.
Que é a única coisa que se repete da mesma forma de quando ele era Moço.
O sino da igreja agora lhe acende uma chama.
E na cama a coberta é mais grossa.
A dor que lhe dá nas costas.
Não provém do colchão.
Vem da idade.
Da saudade da menina com a venda nos olhos na noite de Carnaval.
E o sol que ainda nasce igual.
Chora de saudade.
Numa chuva de verão.
Nas lágrimas dos olhos de um jovem esperto.
De um velho turrão.
A recordação concretizada em cimento no prédio do açougue.
Na receita do Pão.
O que divide o poder de Reação.
De um Jovem para um Velho Turrão.
É desvendar o segredo que existe por trás da venda nos olhos da menina.
Ouvindo no rádio uma recordação da sua sina.
Um antigo hino de Carnaval.
No tom musical do Tom Zé.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Cirurgia Plática

Entraram juntos na sala de espera do Cirurgião Plástico.
Não se entendiam mais, estavam dispostos a se separar.
Ele que dava personalidade a aquele rosto franzino.
Um não era nada sem o outro.
Era um Nariz de Personalidade, destes que não passam despercebidos.
Destes que o faziam ser reconhecido mesmo quando ele estava de perfil.
O nariz que estava junto com ele nos momentos felizes e tristes.
Como a primeira vez que ele viajou sozinho, quem estava em sua companhia?
O inseparável nariz.
Um nariz de responsabilidade, um nariz de personalidade.
Um nariz destes aduncos que faziam uma grande curva e terminavam por se delinear perto dos lábios.
O nariz que nunca o abandonou, mesmo quando ele foi excluído do time de futebol.
O nariz que estava com ele capaz de proteger um cigarro na sua boca mesmo embaixo de chuva.
Um nariz sábio, com suas aventuras e histórias.
Agora homem e nariz não se entedem mais, prontos para se separar eles que eram carne e cartilagem, agora estavam brigados.
Um homem e seu nariz. Um nariz e seu homem. Grandes amigos, que ainda respiram o mesmo ar. Que estavam juntos quando ele conheceu sua primeira namorada, o nariz que cheirou o cangote da moça.
Que não o abandonou nem quando ele ficou careca.
O nariz que nunca deixou de ser sua principal referência, ele não era reconhecido pela sua careca, mas sim pelo seu nariz.
E quando ele estava se sentindo sozinho, amuado no quarto.
Quem estava com ele?
O inseparável nariz.
Grandes companheiros, parceiros das horas de dor e de alegria.
Mas nada disso parecia importar para aquele homem, porque agora homem e nariz não se entendiam mais.
O Grande nariz, que por si só era uma personalidade.
O Grande nariz, disposto a dar sua vida pelo seu dono.
O nariz de todas as horas, que cheirou os melhores perfumes e auxiliou o paladar a encontrar os melhores sabores.
Homem e nariz, nariz e homem. Que estavam juntos quando ele sentiu vergonha de chegar atrasado na aula particular de química da Jujuzinha.
Um homem e seu brilhante nariz, a horas de assinarem seu divórcio.
Partindo os bens, o nariz que vai embora com a personalidade daquele rosto franzino.
Aquele mesmo nariz que não o abandonou quando ele tirou zero na prova de física.
Que estava com ele até mesmo quando ele se perdeu na selva do seu grupo de amigos escoteiros.
O nariz que o ajudou a acender uma fogueira, que ouviu dele sem deixar de respirar, as maiores besteiras e bobeiras.
Um homem e um nariz prontos para se separarem.
Tudo porque a Tifani sua noiva não gosta dele, tem ciumes daquele nariz adunco. Porque ele chama mais atenção do que a beleza do casal.
Ele nariz que não pediu pra ser autônomo.
Ele nariz que nasceu assim e nunca pediu nada em troca.
Ele nariz que o acompanhou por toda a vida.
Preste a dizer adeus da forma mais cruel e injusta.
Praticamente um aborto legalizado de um personagem que já nasceu.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo (Série de Ano Novo)

Eu vou arrumar uma boneca que não seja inflável.
Eu vou utilizar o combustível mais inflamável.
Pra incendiar o ano que vem.
Eu quero é começar muito bem.
Eu vou mudar a folha do calendário.
Eu vou votar no menos otário.
Eu vou participar do centenário dos homens de bem.
Eu quero é ficar guardado na sua memória.
Nas páginas de história do ano que vem.
Eu vou trocar o pneu do carro.
Rodar nas ruas de terra.
Nas trilhas de guerra.
Pela paz.
Eu vou é fazer muito mais.
Eu quero conquistar o território.
A simpatia do auditório.
Eu quero é ficar zen.
Eu vou acrescentar teoria nos livros de Buda.
Eu vou filosofar com os monges da sinagoga.
Eu vou plantar uma muda.
Me livrar de quem me confunda.
No caminho do bem.
Eu quero começar muito bem.
E te convido vem.
Olhar a paisagem.
É só o primeiro dia da viagem.
Do ano que vem.
E para quem acreditou que o mundo acabaria agora.
Acordou com o sol lá fora.
Melando os projetos do além.
O latido do cachorro em tom de feliz ano novo.
Te dizendo vem.
Já começou o tal do ano do que vem.
Feche o portão.
Mude sua visão.
Mande um cartão.
Que seja de coração.
Pra quem te quer bem.
Avisando que é hora de começar de novo.
Feliz Ano que vem.

Feliz 2012!