domingo, 13 de setembro de 2015

Levo comigo só o que eu precisar.

Eu nem sempre contei com a sorte.
Mas quando ela apareceu eu escapei da morte.
E foi quando me mudei lá pro norte.
O sol batia mais forte na minha porta.
Com gostinho de Graviola.
O céu de Salvador.
Reservava pra mim a lua mais bela.
No caminhar da cinderela.
E o que seria de mim sem seu calor.
No trilho da alma que se encontra.
Se eu pudesse escolher minha casa.
Ela seria de renda.
Se eu pudesse escolher o meu peixe.
Ele viveria solto no mar.
Se eu pudesse escolher onde respirar o ar.
Minha casa seria uma rede onde repousar.
Eu nem sempre pude pensar com clareza.
Meu lugar sempre foi perto da natureza.
Eu nem sempre pude enxergar a beleza.
Que existe no interior de cada coração.
Eu nem sempre contei com a sorte.
De ver beleza no interior de alguém.
Eu nem sempre pude ter alguém pra chamar de meu bem.
Quando entrei na primeira Igreja.
Ainda não entendia o que significava transceder.
Eu ainda não compreendia o que significa se entender.
Eu nem sempre compreendia doar aquilo que eu podia.
Eu nem sempre fui assim, dono de mim.
Muitas vezes eu perdi o jogo pro meu pensamento.
E o meu descontentamento era não poder contar sempre com a sorte.
Mas hoje eu escapei da morte.
E minha casa é de renda.
Minha rede está perto da areia.
Minha varanda é a beira do mar.
Minha prece é fácil de escutar.
Levo comigo só o que eu precisar.
Pra viver meu conto de fadas.


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