terça-feira, 6 de abril de 2010

Aquilo sim! Era um conto de fadas!

Porque inventaram o PS3?

O Atari não estava bom?

Os obstáculos são muito complexos no PS3, no Atari não existiam terremotos, fúrias naturais e os jogos eram de uma simplicidade onde todos jogavam sem muitas perguntas.

No Atari o policial pegava o ladrão sem destruir uma cidade inteira.
No Atari não tinhamos terroristas e nem estratégias, e depois dos jogos, nas casas feitas de madeira, sobrava mais tempo para o amor e para a família.

No Atari tudo era mais fácil o fim do jogo era um começo de vida e não o FATALITY.

No Atari os relacionamentos eram menos complexos, as pessoas se encontravam sem ter que passar, por onze pontes com estruturas abaladas, sem ter que pegar informação com quatro espiões chineses, sem precisar fugir de quatorze canibais e sem se esconder de um agente russo.

No Atari vc tomava um suco com o Japonês faixa preta de Kung Fu e prontoooo, lá estava a mocinha.
Não precisava seqüestrar a mãe dele, pilotar dois caças, desviar de cinqüenta tiros, destruir quatro carros e raptar um submarino para encontrar a paz de um final feliz.

Já no PS3, no Haiti ou em Pernambuco, no Chile ou no Rio de Janeiro, ou até mesmo no país da invenção os EUA. Ninguém escapa da fúria da natureza...
No PS3 têm terremoto de fora pra dentro de dentro pra fora.
Tremem a terra e o controle, tremem os costumes, treme a família e seus objetivos. Treme o mundo globalizado. Treme cada um por si só.

Enquanto isto, furacões internos nos corações dos líderes continuam devastando as riquezas naturais. O individualismo da sociedade em geral, não é mais curado por palavras e os sonhos coletivos entrão em profundo processo de extinção.

E quem salvará o Brasil, o Folclórico Brasil?

No Atari, Curupira com seus cabelos vermelhos protegia as árvores, florestas e animais. No PS3 ela é apenas uma manicure de mulheres com os pés invertidos.

Já as Mulas sem Cabeça, estas não param de brotar de relações entre um padre e uma mulher, entre um marido e sua amante, entre um líder e sua displicência, entre uma indústria e seus poluentes, entre um empresário e sua ganância.

No PS3 Boitatá, a cobra de fogo está assustadíssima com a chuva, e Mãe d´água só quer saber do seu romance com o Boto.

E o Saci? Sobrou o SACiiiiii, o meninooooo Saciiiii...?
A última notícia dele é que estava alienado com seu cachimbo. Parece que ele trocou seu fumo por craque, revoltadíssimo porque um dos sete anões não o convocou para Copa do mundo.

E não adianta esperar que saía um Pássaro ... Um avião .... Um disco Voador ... do Centro da Terra. O PS3 ilhou o Superman em Petrópolis.

Neste jogo, o mais parecido com um ET que o PS3 poderá trazer até você, será o José Serra se candidatando novamente a Presidência.

Então refaça suas forças tomando o Power Red Bull de 473 ml.
Escolha armas como coletividade, Quatro Verdades de Buda e fé no mundo.

Lembre-se que apesar da complexidade do jogo, é a simplicidade que se servirá de munição para suas armas.

Mas não deixe de jogar, o objetivo do jogo é renascer forte, místico e sagrado como o Fênix.

Tinham que inventar o PS3... No Atari não existia esse negócio de simples complexo, complexo simples era simples e só. Aquilo sim! Não era folclore não, era um conto de fadas!

2 comentários:

  1. é assim a vida.

    cada vez queremos coisas mais e mais sofisticadas, mas o que realmente precisamos, e no fundo buscamos, é o simples.

    seja o sorriso fácil de alguém especial, seja um café da manhã com leite quente, seja uma música conhecida tocando no rádio.


    adorei o texto! :)



    beijo

    ResponderExcluir
  2. Eu, particularmente, gostava do Atari e nunca joguei PS3 por convicção pessoal e um gosto retrô duvidoso.
    A metáfora foi muito bem sacada. Cada vez mais complexo, nosso destino provavelmente seja treinar beijo usando o Wii, por exemplo.

    A boa notícia é que, sem ter mais para onde evoluir, a tendência é redescobrir itens esquecidos, como cheiro de grama cortada, passeio de bicicleta com os amigos e gosto de massa crua de pão roubada da avó.

    Beijos!

    ResponderExcluir