Acendem-se as luzes da cidade,
Vai começar o espetáculo.
Apenas uma noite a mais, onde no céu a estrela que já serviu de GPS há um rei mago,
Apenas assiste ao estrago do primeiro trago de um câncer sem cura.
Inutilmente tenta guiar uma sociedade que descumpre seu papel desviando os olhos do céu, tropeçando uns nos outros em caminhos opostos.
Atitude, virtude, compaixão se desvia da atenção e se mistura com a solidão de um flanela que cuida dos carros.
Somem entre os trapos do tempo, os livros e os ensinamentos, pirâmides formam-se em volta do conhecimento. E arqueólogos como Jones são cada vez mais raros.
Já no primeiro semáforo, se vê o resultado um artista, habilidoso com as mãos faz uma interpretação em troca dos centavos. Errou o palco, se apresentou no lugar do palhaço. Que por sua vez, ainda fantasiado, empunha nas mãos uma arma e rouba carros.
Segurança se esconde no sorriso de uma criança que vive sua dança de cigano, cujo o futuro é uma loteria, nas cartas, nas casas noturnas e cassinos.
De cima de um prédio direto dos quadrinhos, voa um morcego que tenta chamar a atenção para a estrela guia.
No horizonte a luz do sol se desenha novamente, trazendo consigo a esperança de um novo dia. No transito já não estão mais as mesmas pessoas de ontem assim como as de hoje não estarão todas lá amanhã.
A noite deixou suas mudanças. E o morcego agora dorme.
Os palhaços da próxima noite estão em processo de fabricação nos últimos lugares da fila de emprego de uma montadora, onde a fumaça ainda de tarde escurece o dia.
E na linha de produção, se erra no passo a passo da confecção, ponto exato para o encontro de duas mãos.
Um homem e uma mulher prontos para viverem juntos.
Encontram-se na noite, com música, dança e bebidas.
A estrela novamente ilumina o céu onde o espetáculo está pronto para recomeçar.
De um lado o morcego, de outro, uma gata, acordam juntos, para as charadas da noite.
E no cassino a sorte e o azar caminham lado á lado com a carta Coringa.
A carta do palhaço, do semáforo, do roubo dos carros, dos centavos do vicioso ciclo e do circo em geral.
Uma noite fria propícia para um Pinguim.
O emplasto que combate aos Senhores de Gelo.
É neste momento tudo o que Gotan precisa.
Emplasto este que se encontra em alta dose nas asas e garras do morcego noturno e sua companhia felina.
Enquanto isto solitária no céu, a estrela guia, aguarda com ansiedade a noite em que guiará novamente um rei mago de encontro a cura de fato.
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