Eu vim dos anos sessenta!
Tenho mais de cinquenta!
Não me julgues velho não!
No meu cadilac amarelo eu parecia tão belo quanto você.
Ele não era tão veloz, quanto o seu possante carro chamado tempo!
Mas era tão incrivel que não passava invisível.
E os meus trajes eram mais sérios e charmosos.
Minha calça com suspensório, e meu chapéu, minha camisa branca e meu sorriso de mel.
Permitiu que eu levasse essa senhora do seu lado à experimentar um pedaço de céu.
E agora meu neto, você come os sonhos que ela faz.
Já não estão tão recheados de doce de leite e paz.
Mas saiba meu rapaz, que o tempo passa rápido demais.
E os bolinhos de chuva, me lembram aquelas sombrinhas coloridas no preto e branco como nos filmes de Chaplin.
Mas vcs estão com tanta tecnologia que essa magia, não pode se reproduzir numa superprodução. Pois a simplicidade é o segredo, desse senhor que lhes conta um passado sem medo.
No lugar do chicletes tomo meu remédio pra diabetes e não possuo vicios à não ser o de cortar a grama e o deitar na cama, só depois do meu leite quente.
Sem segredo de estado, meu desejo de recordar o passado é simplesmente o de reviver.
Não meu julgues velho por não conhecer o seu viodegame, vc tb não saberia usar a minha vitrola, e na minha época já existia a coca cola, não é fruto da sua geração. Apenas não perca todas as voltas do seu relógio na frente dessa televisão, pois o seu possante carro chamado tempo, pode evoluir pra um avião.
Não se esqueça que possuo a minha beleza e que passei pra ti por geração, faça tudo o que tiver vontade, não se preocupe com a opinião alheia por demais. Os anos vão passar pra você como passou para o seu avô aqui postado diante de ti meu rapaz.
Minha única pena, é que não vai ter no seu tema, o som do Elvis, a lambreta azul e o Lago da Glória. Curioso eu fico pra saber do que será feita a sua memória. Mas seja do que formar, guarde o espaço que justo for para o seu velho avô.
E se é que cada um tem uma visão do paraíso, eu estarei no meu, nos anos 60 ao som do Beatles.
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