terça-feira, 12 de abril de 2011

Tenho mais de cinquenta! (Mais um texto retrô)

Eu vim dos anos sessenta!
Tenho mais de cinquenta!
Não me julgues velho não!
No meu cadilac amarelo eu parecia tão belo quanto você.

Ele não era tão veloz, quanto o seu possante carro chamado tempo!
Mas era tão incrivel que não passava invisível.
E os meus trajes eram mais sérios e charmosos.
Minha calça com suspensório, e meu chapéu, minha camisa branca e meu sorriso de mel.
Permitiu que eu levasse essa senhora do seu lado à experimentar um pedaço de céu.

E agora meu neto, você come os sonhos que ela faz.
Já não estão tão recheados de doce de leite e paz.
Mas saiba meu rapaz, que o tempo passa rápido demais.
E os bolinhos de chuva, me lembram aquelas sombrinhas coloridas no preto e branco como nos filmes de Chaplin.
Mas vcs estão com tanta tecnologia que essa magia, não pode se reproduzir numa superprodução. Pois a simplicidade é o segredo, desse senhor que lhes conta um passado sem medo.

No lugar do chicletes tomo meu remédio pra diabetes e não possuo vicios à não ser o de cortar a grama e o deitar na cama, só depois do meu leite quente.
Sem segredo de estado, meu desejo de recordar o passado é simplesmente o de reviver.
Não meu julgues velho por não conhecer o seu viodegame, vc tb não saberia usar a minha vitrola, e na minha época já existia a coca cola, não é fruto da sua geração. Apenas não perca todas as voltas do seu relógio na frente dessa televisão, pois o seu possante carro chamado tempo, pode evoluir pra um avião.

Não se esqueça que possuo a minha beleza e que passei pra ti por geração, faça tudo o que tiver vontade, não se preocupe com a opinião alheia por demais. Os anos vão passar pra você como passou para o seu avô aqui postado diante de ti meu rapaz.
Minha única pena, é que não vai ter no seu tema, o som do Elvis, a lambreta azul e o Lago da Glória. Curioso eu fico pra saber do que será feita a sua memória. Mas seja do que formar, guarde o espaço que justo for para o seu velho avô.

E se é que cada um tem uma visão do paraíso, eu estarei no meu, nos anos 60 ao som do Beatles.

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